Os mercados financeiros globais registraram fortes quedas após o anúncio das novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. O receio de uma recessão mundial cresce, enquanto países reagem com ameaças de retaliação e pedidos de negociação.
Impacto nos Mercados Globais
As bolsas de valores de todo o mundo despencaram, refletindo a preocupação com os impactos das tarifas. Veja os principais destaques:
- Bolsas asiáticas: O índice Nikkei, do Japão, caiu quase 3%.
- Bolsas europeias: Abertura com queda média de 2%.
- Nova York e São Paulo: Indicadores futuros apontavam baixas acentuadas antes da abertura.
- Dólar e petróleo: O dólar recuou mais de 2% frente a outras moedas, enquanto o petróleo caiu cerca de 3%.
Zhikai Che, chefe de mercados emergentes do BNP Paribas, declarou ao Financial Times: “As tarifas foram piores do que o esperado, não há como dourar a pílula”.
Reação Internacional
Governos e instituições financeiras ao redor do mundo reagiram fortemente ao novo pacote tarifário. As manifestações variaram entre oposição e promessas de retaliação:
- China: Reafirmou sua oposição às tarifas e prometeu “contramedidas para se proteger”. O país é um dos mais afetados, sofrendo uma sobretaxa de 54%.
- União Europeia: Ursula von der Leyen declarou que o bloco está “preparado para responder”.
- Alemanha e França: Enquanto a Alemanha busca uma solução negociada, a França defendeu a retaliação sobre serviços digitais americanos.
- Japão e Austrália: O Japão ameaçou acionar a OMC, enquanto a Austrália criticou as medidas.
O Alívio para o Brasil
O Brasil está entre os países que pagarão apenas a tarifa mínima de 10%, o que foi visto com certo alívio por economistas e indústrias. No entanto, há preocupação com dois pontos principais:
- Aumento da concorrência: Países altamente tarifados podem desviar suas exportações para outros mercados, incluindo o Brasil.
- Queda nos preços: Produtos de países afetados podem chegar ao Brasil a preços mais baixos, prejudicando indústrias nacionais.
Flávio Roscoe, presidente da FIEMG, alertou para possíveis impactos indiretos nas exportações brasileiras.
“Trump Contra a Globalização”
A imprensa internacional destacou o impacto global das tarifas. Os principais jornais abordaram o tema da seguinte forma:
- Wall Street Journal: Destacou que “Trump quer acabar com a era da globalização”.
- Financial Times: Apontou “grandes perdas” nos mercados e a perda de confiança no dólar.
- Le Monde: Afirmou que “Trump lançou sua guerra comercial mundial”.
- El País: Noticiou que “os principais sócios dos EUA foram os mais penalizados”.
Os Detalhes do Anúncio
Donald Trump apresentou as tarifas em uma cerimônia na Casa Branca. O novo modelo impõe taxas equivalentes à metade do que cada país cobra dos EUA, com um mínimo de 10%. Veja como ficaram as tarifas:
- Tarifa mínima (10%): Brasil, Argentina, Reino Unido, Turquia e Arábia Saudita.
- União Europeia: 20%.
- China: 54%.
- Vietnã: 46%.
- Taiwan: 32%.
- Coreia do Sul: 25%.
- Japão: 24%.
- Canadá e México: Mantiveram a tarifa de 20%.
A entrada em vigor das tarifas está prevista para este sábado.
Consequências para a Economia Global
As novas tarifas podem desencadear:
- Risco de recessão global devido à redução do comércio internacional.
- Aumento da volatilidade nos mercados com incerteza sobre os próximos passos dos países afetados.
- Mudança na dinâmica do comércio global, com possíveis realocações de cadeias produtivas.
Com um cenário instável, investidores e empresas monitoram de perto os desdobramentos para tomar decisões estratégicas.
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